Taxa de esforço - Sabe o que é e como calcular?
Quando falamos de qualquer tipo de crédito, a verdade é que a taxa de esforço é sempre uma das maiores preocupações de um banco.
É importante que enquanto consumidor tenha alguns cuidados relativamente à mesma de modo a não ver o seu crédito recusado.
Assim sendo, hoje iremos explicar-lhe não só o que é a taxa de esforço, como também explicar tudo o que precisa considerar para o seu cálculo.
O que é a taxa de esforço?
O conceito taxa de esforço é bastante utilizado por bancos ou entidades financeiras para a avaliação do risco de crédito de um cliente.
Assim sendo, é possível dizer que é uma medida de risco de crédito que tem como intuito relacionar o valor dos rendimentos que são auferidos mensalmente pelo agregado familiar com o valor da prestação bancária de um ou de vários créditos.
Não é muito complicado a realização do seu cálculo:
% Taxa de Esforço = (Soma de todos os créditos / Soma de todos os rendimentos) x 100
Lembramos lhe que é importante somar todos os créditos, empréstimos ou prestações que paga mensalmente de forma a obter o valor real da sua taxa de esforço. Tenha em conta o seguinte:
· Se vive numa casa arredada e se pagar mensalmente uma renda, esse valor deve ser considerado como se de um crédito se tratasse
· Se for casado, o rendimento total é o somatório dos rendimentos de ambos os membros do casal
· Se receber juros de investimentos, esse valor é considerado como um rendimento (os rendimentos semestrais ou anuais, devem ser divididos pelo número de meses, sendo esse o valor a aplicar mensalmente)
Como interpretar os resultados da taxa de esforço?
A interpretação da taxa de esforço é bastante simples de ser realizada. Veja na tabela seguinte como o fazer:
Taxa de esforço |
Estado |
> 40% |
Muito elevado |
= 40% |
Elevada |
> 30 % e < 40% |
Ideal |
=30% |
Ideal máxima |
Ao analisar esta tabela é possível concluir o seguinte:
· A taxa de esforço ideal são 30% (ou seja, para um ordenado de 1.000€ ter 300€ de créditos para pagar)
· Uma taxa de esforço de 40% já é demasiado elevada (ou seja, para um ordenado de 1.000€ ter 400€ de créditos para pagar), e acima deste valor já não lhe é concedido nenhum tipo de crédito
Qual a taxa de esforço ideal?
A grande maioria dos bancos e economistas recomenda que a taxa de esforço máxima de uma família seja de 40% (sendo que mesmo esta já é bastante elevada se auferir rendimentos relativamente baixos).
No entanto, a taxa de esforço ideal centra-se em torno dos 30% (ou menor), até porque devido a diversos problemas de sobreendividamento e de excesso de crédito, muitos bancos já não lhe aprovam nenhum tipo de crédito no caso da sua taxa de esforço ser superior aos 30%.
É importante que tenha em conta, que a taxa de esforço é única e exclusivamente relativa aos valores dos créditos que tem, não estando incluídas as despesas do dia a dia ou mensais (como é o caso da água, luz, gás, supermercado…).
Ou seja, tem sempre de ter em conta que quanto mais alta for a taxa de esforço, menor é o rendimento que fica disponível para todas as outras despesas e para qualquer problema que possa eventualmente acontecer.
É importante salientar que independentemente da sua taxa de esforço ser ou não superior a 30%, é sempre aconselhável que tenha uma poupança de valor igual ou superior a 3 meses de despesas médias (somatório de todas as despesas mensais).
Dessa forma irá assegurar a estabilidade financeira no caso de algum imprevisto acontecer (como é o caso de ficar desempregado ou de baixa médica).
Sempre que os créditos contraídos tenham taxas variáveis, deve ter alguma atenção extra, pois o valor da mensalidade do crédito pode alterar-se, de acordo com a taxa à qual está indexada (normalmente é a Euribor).
Assim, deve haver mais alguma margem de manobra e evitar uma elevação da taxa de esforço.
O que fazer se a taxa de esforço for muito elevada?
Existem diversas famílias cuja taxa de esforço ultrapassa os 65% ou 70%, e nestes casos (ou qualquer outro caso em que a mesma se encontre acima dos 40%) existem medidas que deve tomar para retomar o poder da sua vida financeira.
Existem algumas opções que deve ter em conta. Conheça-as de seguida.
1 – Amortizar alguns créditos
Se os valores de crédito que tem em aberto não forem na generalidade muito altos, veja quais os que têm uma taxa de juro mais elevada e que se encontrem a poucas prestações do final.
Depois de analisar esta questão, verifique se tem algumas poupanças que lhe permitam abater o valor total dos mesmos (ficando assim com um valor mensal disponível superior e baixando a taxa de esforço).
É importante salientar que não deve, sob qualquer circunstância gastar todo o dinheiro que tem na sua conta poupança.
2 – Renegociação dos créditos
Se amortizar os créditos não for uma opção viável para si, não desespere, pois é possível falar com todos os bancos e entidades financeiras e tentar renegociar diretamente com eles de forma a baixar as suas prestações mensais.
É importante que tenha em conta que ao aumentar o prazo de pagamento e diminuindo as suas prestações, irá aumentar o valor total que irá pagar pelo crédito.
3 – Consolidação do crédito
Por fim, tem ainda mais uma opção para reduzir a sua taxa de esforço. Essa opção é a consolidação de créditos e está cada vez mais a tornar-se uma opção por parte das famílias que se encontram já numa situação de endividamento (mas que nunca deixaram de pagar as prestações bancárias).
Com esta opção, além de aumentar o prazo de pagamento, irá também juntar todos os seus créditos numa única prestação que será reduzida entre 30% a 60%.
Neste caso, nós podemos ajudar, uma vez que temos diversas parcerias que lhe permitem obter taxas de juro mais baixas e ótimas condições para este produto financeiro.
6 dicas para evitar o sobreendividamento
Existem inúmeras dicas que lhe poderíamos dar para evitar o sobreendividamento embora nem todas fossem associadas às taxas de esforço.
No entanto escolhemos as 6 que julgamos serem as mais importantes e que muitas vezes as famílias se esquecem.
1 – Tenha em conta as consequências de um aumento da taxa de juro no seu orçamento familiar (na compra de uma casa por exemplo)
2 – Nunca cometa o erro de fazer um crédito ou solicitar em empréstimo para pagar prestações que já se encontram atrasadas
3 – Subscreva um seguro de proteção ao crédito para evitar entrar em incumprimento em situações imprevisíveis (como por exemplo um acidente ou um despedimento inesperado)
4 – Tente todos os meses colocar de parte entre 5% a 10% do seu rendimento (para o caso de uma emergência)
5 – Se não tiver nenhum valor em atraso, pondere seriamente a realização de um crédito consolidado
6 – Elabore mensalmente o orçamento familiar e os montantes que vão ser despendidos nos vários pagamentos
Agora que já sabe tudo o que precisa sobre a taxa de esforço, pode e deve realizar os seus cálculos, de forma a avaliar a sua situação financeira, e se for caso disso ponderar as suas alternativas.
Este cálculo vai permitir-lhe ter noção se se encontra num bom caminho ou se por algum motivo deve ajustar os valores que paga mensalmente de créditos.
Se tiver alguma dúvida relativamente á taxa de esforço, à contratação de novos produtos financeiros ou consolidação de créditos, não hesite em contactar-nos pois estamos à sua disposição para qualquer esclarecimento adicional que necessite.